O primeiro post foi sobre a camisa do Flamengo. Agora, nada mais justo do que pegar a camisa de um de seus rivais, uma camisa que passou um tempo aqui na minha Mantoteca, e foi trocada por uma camisa do Bayern de Munique lá no Encontro de Colecionadores de São Paulo. Sim, hoje é dia de falar do Vasco, ainda mais depois da vitória sobre o Fluminense hoje que aliviou a situação do time no Campeonato Brasileiro até o momento! Aliás, tricolores e botafoguenses, ainda contaremos histórias com suas camisas!
Embora tenha terminado 1994 satisfazendo os torcedores do Caldeirão de São Januário, com o Tricampeonato Carioca e uma campanha razoável no Brasileiro, o Vasco começou 1995 já vendo o antigo ídolo Romário indo para o arquirrival Flamengo. Junto à ele, outro ex-jogador criado no time: Edmundo. Fez uma campanha pífia no Carioca, vencido pelo Fluminense de Renato Gaúcho, e foi eliminado de forma vexatória na Copa do Brasil, levando 5x0 do Corinthians de Marcelinho Carioca nas semifinais. O time mais popular de São Paulo seria o campeão do torneio.
Na ocasião, o Vasco, desde o Brasileirão de 1994, era fornecido pela Penalty, que atualmente também fornece o time (mas, convenhamos, não tem acertado tanto a mão). Além de ser patrocinado pela Lousano, fabricante de condutores elétricos que também estampou o uniforme de outros times, como o Santos. Esse uniforme da Penalty foi até relançado em 2011, como visto abaixo.
Porém, a Penalty acabou não durando até o final daquele ano de 95. E aí entra a camisa que vamos falar hoje na Mantoteca: o primeiro modelo da marca italiana Kappa feita para o time que tem o nome do heróico português.
Como o contrato com a Penalty terminou de forma abrupta, pois a diretoria vascaína alegou que os uniformes não tinham uma qualidade muito boa (fonte: http://acamisavascaina.blogspot.com.br/2010/06/1994-95-penalty-lousano.html), a Kappa estreou no Vasco no dia 10 de Setembro de 1995, quando o time venceu o São Paulo, no fim da Era Telê, em jogo válido pelo Brasileiro, em São Januário, pelo placar de 1x0. Gol do célebre atacante Valdir Bigode, ícone daquele Vasco da 1a metade dos anos 90.
Abaixo, o vídeo do jogo, válido pela 5a rodada da 1a fase do Brasileirão.
O Vasco já tinha em sua equipe, além de Valdir, outros nomes memoráveis. O goleiro Carlos Germano, o folclórico zagueiro Ricardo Rocha, o lateral-direito Pimentel, o atacante Leonardo (ídolo no Sport do Recife) e outro nome vindo de Pernambuco: o jovem Antônio Augusto Reis Junior. Mais conhecido como Juninho Pernambucano, o Reizinho da Colina.
Mas depois de estrear o uniforme Kappa e vencer, o time do Vasco amargou 7 derrotas seguidas no Campeonato. Seria o uniforme zicado? De qualquer forma, o time da Colina voltaria a vencer num jogo fora de casa, a vítima seria o Cruzeiro, em pleno Mineirão. Vitória vascaína por 3x2
Abaixo, uma foto da camisa mostrando o escudo completo do Vasco na manga esquerda. Essa camisa da Kappa e a anterior da Penalty tinham esse detalhe em comum
Mesmo assim, o Vasco não engrenou no Brasileiro. Sete vitórias, treze derrotas e três empates. Terminou o campeonato em 20º lugar geral, longe de se classificar para a fase final daquele ano (com 4 semifinalistas - Botafogo terminou campeão), e passou perto de ser rebaixado.
Em 1996, o contrato de patrocínio com a Lousano chegava ao fim. No início do Campeonato Carioca, o Vasco ainda apresentava o patrocínio. E também jogou a Copa do Brasil com o logo da empresa, quando protagonizou um dos maiores vexames de sua história: a goleada de 6x2 sofrida contra o Cruzeiro (que ganharia o torneio) em plena Colina, nas oitavas de final.
Definitivamente esta camisa que já esteve na Mantoteca, a primeira camisa da Kappa no Vasco, não traz boas lembranças. A derrota de 2x0 para o Flamengo na Taça Guanabara e o empate de 0x0 contra o mesmo rival na Taça Rio deram o título estadual para os rubro-negros de forma invicta. Neste último jogo, o Vasco já jogava com outra versão da camisa, com a campanha social "SOS Criança" estampada, depois do fim de contrato com a Lousano.
A camisa seria mudada para um modelo novo (e mais diferente) no início do Brasileirão 96. E, coincidentemente, uma nova era começava na região de São Cristóvão. Edmundo, que havia defendido o Flamengo em 95 e o Corinthians em 96, voltava desacreditado para a sua casa. Os vascaínos mal imaginavam que a era mais vitoriosa do clube estava começando. Goleadas sobre o rival Flamengo, títulos nacionais, títulos internacionais, ufa! Dá saudade para todo vascaíno aquele final dos anos 90. E tudo isso vestindo Kappa, que ficou até 2001, quando, por ironia do destino, o cruzmaltino ficou 10 anos sem conquistar um título nacional relevante.
Abaixo, uma foto do Vasco trajando o uniforme de 1996, que seria eternamente lembrado por ter sido usado no ano seguinte, na campanha vitoriosa do Brasileirão de 1997
Cada uniforme, uma história a ser contada. E hoje fechamos a Mantoteca com esse uniforme do Vascão, o primogênito da Kappa, fornecedora presente em conquistas como o Carioca, Torneio RJ-SP, 2 Brasileiros, Copa Mercosul e a Libertadores.
Abraços e até a próxima!
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