quinta-feira, 24 de março de 2016

Descanse em paz, Johan Cruyff! - Camisas históricas da Lenda!

   Hoje, 24 de Março de 2016, o futebol perdeu um de seus maiores ícones: Hendrik Johannes Cruijff, conhecido dentro e fora de campo simplesmente como Johan Cruyff. Impossível ficar indiferente após a perda de um jogador que transformou uma seleção marginalizada da Europa numa referência de futebol bem jogado, além de ter contribuído para inúmeros títulos de dois gigantes europeus: Ajax e Barcelona, deixando inclusive um legado que é responsável pela gana vitoriosa do time catalão que dura até hoje. Mas como aqui é a Mantoteca, hora de falar dos mantos que ajudaram a consagrar esse gênio da bola.


   Evidente que a camisa mais famosa que vestiu Cruyff foi a de sua seleção nacional. A camisa laranja da Holanda já é chamativa naturalmente, na Copa de 1974 então a "Laranja Mecânica" dominou o mundo. Ou quase isso, já que os donos da casa da Alemanha Ocidental não permitiram. Naquela época, as três listras da Adidas já começavam a adornar os uniformes de suas seleções fornecidas, como a própria Holanda. Menos na indumentária de um jogador: Cruyff. Ele era patrocinado pela rival Puma e suas camisas possuíam apenas duas listras, que junto do número 14, eram sua marca registrada.

  
   No Ajax, time que o revelou, o manto de desenho único com sua faixa vermelha horizontal combinava com a elegância de seu futebol. Fez essa camisa ser temida não só na Holanda, mas na Europa inteira, com três títulos consecutivos da Copa Europeia (a atual Liga dos Campeões). Ainda faturou uma Supercopa da Europa contra os vencedores da Recopa Europeia (torneio que reunia apenas os ganhadores das copas nacionais, extinto em 1999) e, claro, um Mundial Interclubes após vencer o Independiente argentino que dominava a América do mesmo jeito que o Ajax fez na Europa entre 71 e 73.





 
   No Barcelona o holandês realmente revolucionou o time. Chegou em 73, logo depois de ganhar mais um título europeu pelo Ajax. Quebrou um jejum de 14 anos com o Barça em La Liga e ainda faturou uma Copa do Rei. Saiu em 1978 para jogar na emergente NASL dos Estados Unidos. Mas o legado maior de Cruyff no Barça seria mesmo em seus oito anos de treinador. Implementou a filosofia holandesa do "Futebol Total" no time e fez os catalães virarem uma máquina.
   De 1988 até 1996 foram quatro campeonatos locais consecutivos, uma Copa do Rei, uma Recopa Europeia, uma Supercopa Europeia e a Copa da Europa de 1992, o maior título do time até então. Na final contra a Sampdoria, os comandados de Cruyff usaram uma cor de uniforme bem sugestiva: laranja. A mesma cor da Holanda de Johan e uma cor que se tornaria muito comum nos anos seguintes como alternativa ao Blaugrana titular.
   A filosofia do holandês foi tão impregnada ao time catalão que, das categorias de base até a equipe profissional, todos seguiam o mesmo estilo de jogo. O Tiki-Taka derivado do Futebol Total permaneceu no Barça como legado eterno dos anos de Cruyff, e até hoje o mundo se assombra vendo os catalães jogarem. Influência essa que se espirrou até na própria seleção espanhola, ajudando-os a ganhar sua primeira Copa do Mundo em 2010.
 

   Cruyff ainda teve tempo de vestir uniformes inovadores em sua passagem pela Terra do Tio Sam. Acima, pode-se ver a camisa dos Washington Diplomats, time da capital dos EUA. Destaca-se também como a Adidas, mesmo no início dos anos 80, conseguia produzir camisas com suas três listras de forma inovadora, usadas como faixa diagonal (já imaginou o River Plate usando esse recurso?). A mesma Adidas que foi renegada pelo Cruyff em 74. O holandês ainda passou pela Califórnia antes, jogando pelo Los Angeles Aztecs. E na mesma época ainda voltou a vestir azul e grená na Espanha, só que o do Levante, entre 1980 e 1981.



   Depois da aventura fora da terra natal, o bom filho à casa tornou. Cruyff já não era mais o mesmo, já com sua idade pesando, e o uniforme do Ajax também não. A época dos patrocínios no futebol estava em curso, e o time de Amsterdã estampava a marca japonesa TDK, que ficou no clube até 1991. O galo da Le Coq Sportif assinava o fornecimento dos uniformes. Ganhou mais duas vezes a Eredivisie (o campeonato holandês) e uma vez a Copa Holandesa.



   E para desespero do torcedor do Ajax, Cruyff também vestiria a camisa do arquirrival Feyenoord em 1984, com 37 anos nas costas. E jogando em Roterdã encerrou sua carreira ganhando um Doblete: Campeonato + Copa Local. Vestiu também o icônico uniforme alvirrubro, com o amarelo do patrocinador se intrometendo. E assim encerrou sua carreira de jogador. Depois voltaria ao Ajax para começar sua bem-sucedida carreira de treinador.

  Definitivamente, uma grande perda no futebol. Mas o legado ficou e se manterá para sempre. Camisa laranja, número 14 nas costas, duas listras nos ombros. Daqui a 100 anos ainda reconhecerão o manto de Johan Cruyff. Descanse em paz.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Estética X Tecnologia nas camisas de futebol

   Nesta semana a Nike está lançando vários uniformes de suas seleções, incluindo a nova camisa do Brasil. Todas elas têm algo em comum: o mesmo template aparentemente simples que estreou ano passado na camisa 3 do PSG, o que desagradou muitos entusiastas de camisas de futebol (eu incluso).


   Porém, por trás desse desenho simples e cansativo, a empresa americana investiu numa tecnologia nova em matéria de uniformes futebolísticos: chamada de Aeroswift, com o tecido em formato de "armadura" em algumas partes da camisa, ajuda a ventilação. Alguns comentários maldosos feitos na internet disseram que o desenho parece um "sutiã por baixo da indumentária", como se pode observar nas camisas da França abaixo (fotos retiradas do excelente site uruguaio Todo Sobre Camisetas)


  
   E não para aí. As mangas e os ombros das novas camisas receberam uma tecnologia já utilizada nas chuteiras e tênis: chamado de Flyknit, tecido leve que se adapta facilmente ao corpo do jogador. Até alguns pormenores das novas camisas estão costuradas com a nova tecnologia, como se pode ver no uniforme da Inglaterra abaixo:








   Mas a questão é: será que vale a pena investir tanto em novas soluções e deixar o design de lado? A maior crítica a ser feita a nova linha da Nike para seleções, sem dúvidas, é a padronização extremamente excessiva das camisas. Coisa que a empresa americana já fez anteriormente com a linha Total 90, investindo num desenho extremamente polêmico dando destaque maior à nova tecnologia da marca. O uniforme canarinho da Seleção Brasileira de 2004 é tido por muitos como o mais feio de todos os tempos, usando o padrão que todas as seleções da Nike usaram naquele ano (com a infame numeração dentro do círculo).




   Porém, a marca do Swoosh fez alguns acertos usando o novo desenho. E foi justamente nas seleções menos privilegiadas de seu catálogo. A Turquia ganhou um uniforme muito bonito. E a Croácia está com uma nova versão de sua tradicional camisa quadriculada que realmente ficou interessante. Nota-se que nenhuma das duas seleções está usando a tecnologia nova, apesar de usarem o mesmo template que as outras.







  Voltando a falar sobre as novas tecnologias, ressalta-se também o preço proibitivo que as versões de jogador das camisetas terão nas lojas. A camisa do PSG citada no começo da postagem custa R$ 399,90. E as versões Stadium, ou seja, as famosas versões para torcedor, não serão muito fiéis aos uniformes originais, já que recursos como as "listras" nas mangas da camisa reserva da França são feitos com o próprio tecido, e na camisa de torcedor será um efeito estampado. Mesmo assim, poucos deverão comprar os modelos com as tecnologias novas apresentadas pela marca. Será mesmo uma boa aposta da Nike novamente? O futuro dirá.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Dia Internacional da Mulher e as camisas delas!

   Hoje é dia 08 de Março, Dia Internacional da Mulher. Desde já começo dando os parabéns para todas elas. Sou completamente a favor da frase clichê que diz "todo dia é dia da mulher", mas aproveitando a data, nada melhor do que abordar um tema relacionado: as camisas de futebol que elas usam! Vamos ver agora exemplos interessantes de uniformes femininos, como os do time da Alemanha em 2011:


   Como se pode ver, as camisas femininas da seleção alemã possuem um desenho diferente das camisas do time masculino. Ambas foram lançadas na Copa do Mundo feminina de 2011, onde a própria Alemanha sediou o torneio. A camisa reserva, na minha opinião, é uma das mais bonitas da seleção alemã comparando inclusive com os modelos masculinos. Nota-se que ambas só possuem duas estrelas acima do escudo, já que representam os dois mundiais femininos conquistados pelas alemãs. Naquele ano o título foi para o Japão, que usou um uniforme muito similar ao do time masculino da Copa de 2010, porém ornamentado com a cor rosa. Abaixo, a imagem da camisa usada pelas japonesas em 2015, quando perderam a chance do Bi Mundial para os EUA na final, ostentando o patch da Fifa de Campeã do Mundo e o rosa que substitui o vermelho da camisa dos homens.


  O time feminino do Brasil sempre costumou ter camisas muito parecidas com a do time masculino. Mas em 2015 isso mudou. Marta e companhia ainda ostentam as estrelas dos títulos conquistados pelos homens acima do escudo da CBF, porém a camisa ganhou personalidade própria com um desenho diferente. A camisa titular ganhou modificações leves e a camisa reserva (abaixo) está com um desenho muito interessante, com um degradê indo do azul ao branco (embora esteja parecida com a camisa reserva dos EUA também do ano passado).


  Falando nas americanas, ultimamente são elas que estão dando o que falar no futebol feminino. Ganharam em 2015 o Tri Mundial usando uma camisa titular exclusiva e simples. Mas a camisa que mais chamou a atenção foi a de 2011, usada na Copa da Alemanha citada acima. O desenho que possuía um decote em "V" falso era inovador até mesmo para os padrões de camisas de futebol feminino, como podem conferir na foto abaixo:



   Lógico que os times de futebol no mundo inteiro começaram a dar muito mais importância aos mantos femininos nos últimos anos. A Puma é uma dessas marcas, lançando versões de uniformes dos seus times com a cor-de-rosa, como no México, Chile e no Brasil onde a cor preta do Botafogo deu lugar ao rosa.  Geralmente essas ações se intensificam no mês de Outubro, onde a cor simboliza também a campanha de prevenção para o câncer de mama, e algumas marcas inclusive doam o valor arrecadado da camisa para esses meios.





   
   Acima pode-se ver o resultado da parceria feita entre o Flamengo, a Adidas (com sua linha retrô "Originals") e a Farm, grife carioca de roupas femininas. Os modelos exclusivos para as torcedoras rubro-negras foram lançados no final de 2015 e estão fazendo muito sucesso, mostrando que elas também são muito importantes no marketing futebolístico. Algo que marcas como a DryWorld, que entrou no mercado de futebol recentemente, não perceberam ainda, depois do desfile polêmico realizado na apresentação dos uniformes 2016 do Atlético-MG e da mensagem extremamente machista dentro de seus uniformes pedindo para que o torcedor "dê a camisa pra sua esposa" na hora da lavagem, como na foto abaixo:


   Infelizmente, em pleno Século XXI, ainda tem gente que acha que as mulheres não entendem nada de futebol. As moças estão cada vez mais saindo nas ruas com as camisas de seus times do coração e consumindo bastante itens relacionados ao esporte. Elas merecem essa atenção, e não somente num dia como hoje. Que as marcas continuem cada vez mais investindo no mercado feminino!

terça-feira, 1 de março de 2016

Encontro de Colecionadores de Camisas no RJ - 05/03/2016

   Olá a todos!
   Hoje eu venho convidar todos os colecionadores do Rio para o evento que ocorrerá neste sábado, dia 05. Depois de quase dois anos, a Associação de Colecionadores de Camisas de Futebol do Rio de Janeiro finalmente se reunirá novamente para uma mostra especial no Tijuca Tênis Clube, das 10 às 17 horas.

  O tema principal dessa vez será sobre as camisas memoráveis utilizadas nas grandes decisões entre times cariocas, principalmente as finais do Estadual, além de confrontos como o derradeiro Fluminense X Vasco no Brasileiro de 84, ou senão o Flamengo X Botafogo na final nacional de 1992. Mas, claro, camisas de outros times do Brasil e do mundo afora estarão presentes, além de outros itens valiosos da história do futebol, como ingressos, jornais históricos e outros. A entrada é franca e se você é colecionador, traga suas camisas, pois sempre rola alguma troca!

 A seguir, fotos das edições anteriores, ambas em 2014:









   Aguardo vocês lá! Abraços!