segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

[GUIA DE COMPRAS MANTOTECA] Chile

  Chi! Le! Chi Chi Chi! Le Le Le! Mantoteca no Chile!

  Olá rapaziada, finalmente cheguei com mais um guia de compras da Mantoteca, depois de uma viagem ao Chile, lugar perfeito para fazer novas aquisições camiseteiras. A primeira vez que estive lá foi em 2012 (antes ainda de inaugurar o presente site) e já naquele ano tinha feito a festa com algumas promoções e negociações que fiz. Nesse ano não foi muito diferente.

   Em Santiago, um dos primeiros lugares para procurar novas camisas é o Paseo Ahumada, calçadão principal do centro da cidade. Logo após sair da estação Universidad de Chile, na seguinte quadra você já estará diante da Galeria Eurocentro, que também é o paraíso para colecionadores de Action Figures, já que a maioria das lojas vendem bonecos de séries americanas e japonesas.

   Porém, no terceiro andar, encontra-se o paraíso dos colecionadores: a loja El Camisetero. Ali se pode encontrar camisas de diversos times chilenos, desde o Colo Colo até o Deportes Antofagasta. Mas não é só de camisas dos locais que a loja têm como destaque: uniformes de temporadas passadas também aparecem ali, como uma camisa da Reebok da Copa de 1998 da Seleção Chilena, e até mesmo uma camisa da Argentina da Copa de 94. Mas o que me chamou a atenção mesmo foram as camisas de times brasileiros: praticamente todos os do G12, e ali no meio uma camisa comemorativa do America-RJ em homenagem ao Romário, de 2009! Não me surpreendi muito porque ali mesmo naquela loja, 3 anos atrás, troquei uma camisa do Atlético-PR pelo uniforme do Chile usado na Copa de 2010. E dessa vez consegui vender uma camisa do Flamengo de 2010 por 10000 pesos (50 reais), levando-se em conta que era uma camisa P, não foi um negócio tão ruim. Tragam sempre suas camisas daqui do Brasil, eles são bons de rolo!






 
    Ainda no Paseo Ahumada, já próximo à Plaza de Armas, podemos encontrar algumas lojas mais célebres no Chile: são as cadeias Belsport, Sparta e Patuelli. Nessas três lojas é possível achar as camisas dos maiores times chilenos e de alguns não tão grandes assim, como o Unión Española e o O'Higgins, por exemplo. Nas três, as camisas do Colo Colo e da Universidad de Chile estavam em promoção de 29900 pesos (aprox. 150 reais). Na Patuelli, o malandro do vendedor até tentou me enganar me dizendo que a promoção só valia até domingo, mas sabia que era mentira pois as camisas novas para 2016 do Colo Colo e da La U já haviam chegado nas lojas rivais. Ou seja, cuidado com os vendedores dali! Essas lojas também estão presentes em todos os shoppings da cidade, são as mais conhecidas, mas não são essas que valem a pena comprar.









   Em Valparaiso, onde acabei comprando a camisa do Colo Colo que estava em promoção também em Santiago, depois de presenciar pessoalmente a barbárie no Estádio Elias Figueroa que impediu que o time jogasse, porém não tirou o título dos Albos (a Universidad Católica necessitava ganhar para continuar na luta, mas perdeu o jogo), havia também muitas camisas do Santiago Wanderers, time da cidade, na Belsport local.
  No dia seguinte, de volta à Santiago, fui até a Providencia em outras lojas que já conhecia. A primeira parada foi na Tifossi, na galeria Portal Lyon, onde também havia uma variedade de camisas de times chilenos bem grande. Porém, a negociação para uma troca foi azedada por um mal-humorado do local que não deixou que seu amigo da loja prosseguisse com o rolo. Mesmo assim, ainda recomendo a loja se quer comprar ao invés de trocar, a variedade é muito boa.





   Na mesma galeria, há outra filial do El Camisetero. A variedade é maior que a loja do Centro, mas a senhora que cuida da loja já deixa bem claro que ali não realiza nenhuma troca. Vale a olhada pelo enorme leque de opções de camisas oferecidas no lugar, sem dúvidas o maior dentre todas as lojas que já havia passado até então.


   Mas o lugar que eu queria mesmo ir era na loja do Senhor Atria. Dentro do Centro Comercial Dos Caracoles, também na Avenida Providencia, está lá a Atria Sport, do mesmo jeito que havia conhecido há três anos atrás. E qual foi a minha surpresa ao ver a camisa laranja do Fluminense que havia trocado com ele ainda pendurada no cabide da loja? Na ocasião, troquei essa camisa do Flu por uma de manga longa da La U de 1998. Porém, dessa vez ele não estava mais trocando camisetas: só vendendo. Como sempre, ele tinha uma variedade imensa, muitas camisetas de temporadas anteriores. Mesmo querendo camisas de times chilenos, impossível não esquecer o meu foco de coleção: Bayern de Munique. E ele me fez ficar boquiaberto com o que tinha no estoque:


   Sim, a célebre camisa cinza do Bayern de 1998, utilizada no dramático jogo da final da Champions League 1999, quando o time alemão levou a virada do Manchester United nos acréscimos. Já estava pegando o equivalente a 250 reais que ele pediu quando - epa! - vi que a camisa estava um pouco diferente do normal. Além da estampa de número e de ideogramas chineses perto do logotipo da Adidas, o escudo, as 3 listras nas mangas e a gola estavam bem diferentes da camisa original. Que a camisa acima era original também, não tinha dúvidas, provavelmente foi feita pela Adidas chilena. Mas nos anos 90 era comum as camisas feitas em lugares diferentes serem bastante distintas das versões europeias, a ponto de parecerem falsificações feitas pela própria marca, e naquela época as réplicas piratas eram mais "honestas": nunca colocavam o logotipo do fornecedor em suas obras. Preferi esperar para conseguir uma versão mais fiel à original e deixei o dinheiro quieto.


   A O2 Sports Outlet possui 2 filiais na Avenida Providencia, e uma filial próxima ao Paseo Ahumada (a da foto acima). Me arrependi profundamente de ter pagado quase 150 reais na camisa do Colo Colo quando vi a vitrine dessa loja anunciar o mesmo modelo por apenas 100 reais. A camisa da La U também estava com preço inferior, conforme as imagens abaixo:






   E ambas as camisas acima foram utilizadas em títulos memoráveis: a do Colo Colo foi a camisa do 31º título chileno, e a da U de Chile foi a mesma que os Chunchos usaram na final contra o mesmo Colo Colo na Copa Chile, vencida depois de uma agônica disputa de pênaltis. Resumindo: duas promoções que seduzem o colecionador. Mas queria verificar o preço de outro lugar antes...

   Na avenida Pedro de Valdívia, ao lado da farmácia Cruz Verde do cruzamento com a Av. Irrarazaval, está o discreto outlet La Ultima Opción. Em 2012, encontrei diversas camisas em promoção no local, incluindo times como o Everton de Viña del Mar, Cobresal, O'Higgins, Huachipato e o Cobreloa, que acabei comprando na ocasião. Em 2015 a oferta estava menor, porém nem por isso menos atraente: só as camisas dos três grandes do Chile marcavam presença, além de casacos da Seleção Chilena da época da Puma (hoje ela é fornecida pela Nike). Quando vi a última camisa reserva da Universidad Católica feita pelos alemães por apenas 50 reais (10000 pesos), não pensei duas vezes: comprei. Mesmo gostando muito da Umbro, não acho que o trabalho dos ingleses está melhor que o da Puma na época em que fornecia para os Cruzados, então creio que foi uma compra que valeu a pena. Além disso, as camisas da U de Chile também estavam extremamente baratas: pelos mesmos 50 reais você compra a camisa de 2012 deles e por 7000 pesos (SOMENTE 35 reais) a camisa reserva de 2013, cor de caneta marca-texto, também estava disponível. Acabei levando a segunda opção. Abaixo, fotos das duas aquisições:



   Virando a esquina ainda havia o outlet da Adidas. Ali também podia-se encontrar muitas coisas da U de Chile, porém não havia tantas camisas quanto no outro outlet do lado, mesmo esse sendo oficial e maior. Destaque para as camisas do Flamengo, a Papagaio de Vintém 2015 sendo vendida por 25000 pesos(125 reais) e a rubro-negra atual que está sendo vendida por quase o mesmo preço do Brasil.



   No Shopping Costanera há uma loja imensa da Adidas no 3o andar, porém não é o melhor lugar para conseguir descontos. O destaque vai para a grande campanha de lançamento da nova camisa da La U, com direito até a exposição do troféu da Copa Sulamericana conquistada em 2011.




   Mas o destaque mesmo é a loja Originals da Adidas no 2o andar. Ali estão itens como as camisas retrô do Manchester United de 1980 e 1985. E o que mais me chamou a atenção: a belíssima camisa retrô de 1982 do Chile, que fez imenso sucesso no país sobretudo depois da vitória na Copa América (sempre quando saía na rua via um ou dois usando a peça). Apenas por 125 reais. Não comprei e me arrependo disso.


   Teve um motivo para não comprar a bela camisa chilena retrô: queria passar no outlet La Última Opción, só que na filial perto da estação Departamental do metrô, que era bem maior que a loja da Pedro de Valdívia, ou seja, com mais opções. Estava apaixonado pela camisa 2013 da Universidad de Chile, repleta de detalhes em dourado e utilizada no título chileno de 2014. A camisa fez tanto sucesso que nos outlets era possível encontrar os uniformes anteriores à esse no estoque, mas não este especificamente. Essa camisa chegou até a ser vendida no site da Adidas do Brasil e em outros lugares como na Futfanatics, mas já está esgotada aqui também. No outlet grande a variedade era a mesma da loja pequena, e a tal camisa tão desejada apenas estava disponível no tamanho P e M, por 15000 pesos (quase o mesmo preço que o outro outlet estava pedindo pra camisa mais recente). Como eu visto G, voltei nos outros outlets para ver se achava a camisa do meu tamanho, mas não consegui. Novamente no O2 Sports Outlet, acabei me rendendo ao baixo preço pedido pelo modelo (10000 pesos, aprox. 50 reais) e mesmo sendo tamanho M levei a camisa pra casa na esperança de tentar encontrar alguém por aqui que tenha uma versão G e troque comigo. Ou senão para vendê-la, já que a procura dela também está alta nessas terras brasileiras. E realmente, é uma camisa excepcional.



   Este foi mais um guia de compras da Mantoteca. Muito obrigado pela atenção, agora vocês já sabem o que comprar de Natal atrasado se forem para o Chile! Abraços!





quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

As Camisas Azaradas - 1a Parte: Futebol Carioca

  Olá camiseteiros!

  Hoje vou falar de um assunto onipresente em todas as torcidas de futebol: a superstição. Sempre tem um torcedor que tem sua camisa da sorte para ir aos jogos (como eu e minha camisa do Flamengo de 2005), alguns até apelam para outras vestimentas como cuecas (e sem poder lavar, hein! Senão perde a aura...), e por aí vai. Por isso, muita gente considera alguns uniformes símbolos de vitórias, como no caso do próprio Flamengo com a camisa branca de 1981 usada no Mundial do mesmo ano, a camisa do Corinthians do Mundial de 2000, que ganhou nova versão este ano e estreou com o título brasileiro, ou senão o São Paulo com patrocínio da IBF, símbolo da geração vitoriosa comandada pelo Mestre Telê Santana.

  Porém, também é fácil apontar o oposto. Aquela camisa que só de olhar já provoca arrepios por ter sido utilizada numa temporada ou num jogo em que seu time do coração passou vergonha. Hoje a Mantoteca vai apresentar as camisas mais azaradas dos 12 principais times brasileiros, começando

1-Flamengo

  10 entre 10 rubro-negros já sabem: em todas as temporadas que o Flamengo usa a camisa "Papagaio de Vintém", o fracasso vem. E, mais uma vez, isso foi confirmado neste ano. A camisa rubro-negra quadriculada foi o primeiro uniforme do time de futebol, em 1912. Porém, por falta de vitórias, a indumentária já ganhou o título de "zicada" e foi substituída pela camisa "Cobra-Coral" ainda no ano seguinte. Ao contrário da "Papagaio", a nova camisa deu sorte: os rubro-negros ganharam os seus dois primeiros Cariocas em 1914 e 1915, até finalmente em 1916 ela ser substituída em definitivo pelo clássico uniforme de listras horizontais vermelhas e pretas, igual ao utilizado pelos remadores. E assim é até hoje.

  Porém, a Papagaio de Vintém voltaria no ano do Centenário do Flamengo, em 1995, como uniforme três. E em todas as nove vezes em que a camisa foi usada, não houve nenhuma vitória. Mesmo o "Melhor Ataque do Mundo" com Romário, Sávio e Edmundo não conseguiu vencer usando a camisa quadriculada. E vitória foi o que faltou naquele ano de 95, mesmo com o uniforme rubro-negro tradicional, o time perdeu o Carioca na célebre final com o gol de barriga do Renato Gaúcho pelo Fluminense, caiu nas semifinais da Copa do Brasil para o Grêmio, quase foi rebaixado no Brasileiro e na última tentativa de um título, perdeu a final para o Independiente da Argentina na Supercopa Libertadores. A camisa pode até ser azarada, mas considero a versão 1995 uma das mais bonitas da história do Flamengo.


 
  A camisa ainda seria ressuscitada em 2012 pela Olympikus, ano do centenário do futebol rubro-negro, mas não foi utilizada em jogos oficiais. Mesmo sem nem pisar num jogo oficial, a temporada foi um desastre, com o time sendo eliminado de forma esdrúxula na 1a fase da Libertadores, além de ser eliminado pelo arquirrival Vasco do Carioca, quase cair novamente no Brasileiro e ainda assistir o tetracampeonato nacional do rival Fluminense. Mas assim como o Jason em seus filmes de "Sexta-Feira 13", a "Papagaio" voltou de novo este ano, pela Adidas. Homenageando os 450 anos do Rio de Janeiro (contando até com o azul e o branco da bandeira do Estado) e os 120 anos do Flamengo. Estreou numa derrota, claro, para o Botafogo no Campeonato Carioca. Porém, a Papagaio 2015 conseguiu algo que a sua antecessora não conseguiu: vitórias, inclusive no Campeonato Brasileiro. E mais uma vez foi terceira opção numa temporada desastrosa, com dupla eliminação para o Vasco no Carioca e na Copa do Brasil e uma campanha medonha no Brasileiro, batendo o recorde de derrotas do clube em sua história no torneio.




2-Vasco

  Os cruzmaltinos não guardam lembranças muito boas da passagem da Reebok pela Colina Histórica. A marca inglesa começou a fornecer seus uniformes substituindo seus compatriotas da Umbro na metade de 2006, quando o time chegou até a final da Copa do Brasil contra o eterno rival Flamengo. Mais uma vez, o time foi derrotado pelos rivais, dessa vez numa competição nacional. Talvez a única coisa boa que o torcedor vascaíno vai lembrar da Reebok é do uniforme que vestiu Romário quando ele fez o seu milésimo gol, contra o Sport em 2007. Mas o que ficou marcado para sempre, sem dúvidas, foi o último uniforme da marca feito para o time. Patrocinado pela MRV e homenageando os 10 anos da conquista da Libertadores de 98, tinha tudo para ser uma camisa histórica. Mas os resultados em campo provaram que não seria bem assim. Uma campanha pífia no Carioca e um trajeto razoável na Copa do Brasil, onde conseguiu reverter um placar de 2x0 para o Sport em São Januário na semifinal, mas perdeu nos pênaltis e viu o time pernambucano indo para a final ser campeão. Além de tudo isso, o pior aconteceu mesmo no Brasileiro: pela primeira vez em sua história o Vasco da Gama seria rebaixado para a Série B, depois de perder de 2x0 para o Vitória em pleno São Januário. A Reebok deixou o clube logo depois da queda, sendo substituída pela Champs, que fez um dos uniformes mais feios da história de 117 anos do clube. O uniforme da Penalty de 2013 também poderia entrar na galeria, por causa do segundo rebaixamento, mas pelo menos com a fornecedora brasileira o Vasco conseguiu seu primeiro título nacional relevante depois de 11 anos: a Copa do Brasil de 2011.

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3-Fluminense

  Depois de um ano maravilhoso como 1995, onde derrotou o maior rival no ano do Centenário na final do Carioca e ainda chegou até a semifinal do Brasileirão, era hora de trocar de camisa. Em 1996, a camisa da Reebok com o patrocínio da Hyundai não foi suficiente para impulsionar o time em direção a outro título Carioca. Uma crise começava nas Laranjeiras. Mesmo assim, a Adidas apareceu com uma proposta e substituiu o histórico uniforme. Porém, a marca alemã afinou as listras de modo bizarro, além de reposicionar o escudo para o meio, resultando num dos mais controversos uniformes de toda a história do Flu. Como se isso não fosse suficiente, o time terminou rebaixado no Brasileirão, numa época em que era raro ver um time grande cair. Nem o patrocínio da Sportv motivou àquele time.

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  Por causa de uma das inúmeras confusões do futebol brasileiro, no ano seguinte o rebaixamento do Fluminense foi invalidado, e o time tricolor teve novamente a chance de disputar a Série A, e com um novo uniforme, mais tradicional. O patrocínio da MTV nas costas deu até um ar "cult" à camisa de 1997, mas a campanha péssima do Tricolor novamente no Brasileirão não impediu que o time fosse rebaixado mais uma vez, e sem chances de virada de mesa. O uniforme "cult" virou "azarado", sobretudo em 98, utilizado com patrocínios pontuais na Série B, quando aconteceu o momento mais triste da história do Fluminense: o rebaixamento para a Série C. Ironicamente, o time estava com a marca da Unimed no jogo do descenso (a camisa da foto abaixo), justamente o patrocinador que seria responsável direto pelo reerguimento vitorioso do time na década seguinte. E a Adidas segue até hoje no time das três cores que traduzem tradição.

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 4-Botafogo

  Sem sombra de dúvidas, o torcedor botafoguense é um dos mais supersticiosos do Rio, senão do Brasil. E para o botafoguense, a camisa pode influenciar sim num resultado, pode ser até o Garrincha de volta à vida e à juventude usando o tal uniforme, mas o tecido profano sempre terá mais poder. Um dos casos mais recentes ocorreu em 2010, quando o Botafogo apresentou um uniforme cinza em dois tons, fornecido pela italiana Fila. Porém, no Campeonato Carioca daquele ano, o Alvinegro levou um baile do Vasco: 6x0 em pleno Engenhão. Foi o que bastou para a camisa nunca mais ser utilizada, e até que deu certo: o Botafogo ainda seria campeão do mesmo Carioca, mas usando a camisa alvinegra tradicional.

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  Botafoguenses não gostam muito de camisas que saem do preto e branco tradicional, porém, nessa década o Alvinegro usou até dourado e até os supersticiosos compraram a ideia. Com o título do Carioca e a vaga pra Libertadores em 2013, a Puma, que fornece o time desde 2012, resolveu aplicar mais dourado nas camisas alvinegras para o ano seguinte. A tradicional ganhou vários detalhes em dourado, a branca ganhou listras finas com a mesma cor e a preta poderia se passar como uniforme alternativo do Peñarol do Uruguai, onde o ouro quase ganhou mais destaque que o preto e praticamente substituiu o branco. A Puma estava brincando com a superstição da Estrela Solitária e isso não acabou bem. O Botafogo caiu na fase de grupos da Libertadores, ficou de fora da fase final do Carioca e amargou o seu segundo rebaixamento para a Série B do Brasileirão (ironicamente o patrocinador master do primeiro rebaixamento em 2002 era a empresa de planos de saúde Golden Cross - outra vez o dourado). Mas não foi só o ouro do Fogão que virou lata: outra cor nada memorável apareceu de novo no 4o uniforme do time naquele ano: o cinza (abaixo). Este ano o Botafogo até lançou outro uniforme acinzentado, dessa vez para substituir o branco, e tirou os detalhes dourados de suas camisas: acabou subindo para a Série A como Campeão da Série B. O ouro veio com o alvinegro tradicional. Mas ainda acho que o cinza deveria ficar restrito aos meiões. 

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Na segunda parte, falarei dos grandes times paulistas e das camisas que eles fazem questão de esquecer!
Até lá!

sábado, 14 de novembro de 2015

Uma mensagem importante - Atentados na França, desastre em Minas...

   Ontem, infelizmente, fomos testemunhas daqueles momentos que marcam negativamente a História do Mundo. Um bando de humanos sem humanidade que promoveram uma carnificina numa das metrópoles mais importantes do Planeta. Até o futebol, sempre resiliente às guerras e tragédias do Mundo, perdeu a graça na noite de sexta-feira, 13 de Novembro de 2015. A imagem do campo do Estádio de Saint-Denis tomado pelo desespero dos torcedores, ao invés de uma celebração épica, como na final da Copa de 1998, nunca mais sairá da nossa cabeça.


   Ao mesmo tempo, aqui no Brasil, também vivemos nossas tragédias pessoais. Tragédias são sempre ruins independente de onde ocorram. As barragens rompidas de Mariana, cidade histórica turística em Minas, causou muitas mortes e um dano ambiental irreversível, e ainda com o risco de rompimento de uma 3a barragem. Os frequentes tiroteios na Linha Vermelha, uma das principais vias de acesso do Rio de Janeiro, dando o aspecto de uma verdadeira guerra civil. Tudo isso é triste. Ainda tivemos atentados em Beirute, Bagdá, terremoto de 7 graus Richter no Japão. E mesmo assim, ao invés de se juntarem para ajudar, um fica apontando o dedo para o outro tentando achar um culpado. Culpando etnias, religiões, sem saber o que dizem.

   Quando o time francês de futebol começou a ser fornecido pela Nike em 2011, uma frase curiosa na parte de dentro do escudo chamava a atenção: "Nos Differences Nous Unissent". Traduzindo: "As Diferenças Nos Unem". Por acaso, tenho duas camisas dos Bleus com a simbólica frase, que deveria servir de exemplo para a Humanidade neste momento de tensão.




   A França sempre foi um país visado para imigração vinda de países predominantemente muçulmanos. Zinedine Zidane, filho de imigrantes da Argélia e também seguidor do Islã, é um exemplo dessa França multicultural de hoje. Outro jogador francês muito conhecido que também é seguidor do Islamismo, mesmo sem ser filho de imigrantes é Franck Ribéry, do Bayern de Munique. Converteu-se depois de se casar com uma francesa também descendente de argelinos. Segundo o brado dos preconceituosos, essas pessoas acima apoiaram a barbárie ocorrida no dia de ontem. Culpar os refugiados do Oriente Médio, que não são só muçulmanos, são cristãos, curdos e de outras crenças e etnias, é de uma ingenuidade dolorosa. Achar que todo seguidor do Islã apoia o Estado Islâmico é praticamente a mesma coisa que achar que todo cristão é simpatizante da Ku Klux Khan, grupo racista dos EUA. Por isso, cuidado ao apontar o dedo na cara do próximo.
 
   Fico ofendido quando leio isso porque além de amigos que seguem essas religiões, também tenho contato com gente que vive na Síria, e sinceramente, não sei como eles ainda estão conseguindo viver ali. Eles me falam que o barulho de tiros e bombas já viraram lugar-comum em Damasco. Como descendente de sírios e libaneses que fugiram para o Brasil por causa da opressão dos turcos otomanos no começo do Século XX, ser contra a imigração desses povos seria cuspir na história da minha família também. Troque o Império Otomano pelo Estado Islâmico e chegaremos exatamente ao ponto atual. Medo, terror, falta de condições de vida. Qualquer lugar melhor para viver serve para esses refugiados. Ontem ouvi pessoas falando até dos haitianos, que deveriam ser barrados do Brasil. Logo o Brasil, um dos países com a maior mistura de povos do Mundo, se não for o mais? Logo o Brasil, aonde não temos uma segregação racial explícita como nos EUA (fiquei assustado ao ver em Nova York como os negros e os brancos dificilmente se misturam, em pleno século XXI!).

  Por fim, o que aconteceu ontem pode ter sido autoria de um branco, negro, asiático, católico, protestante, ateu, muçulmano, budista, xintoísta, hindu e afins. Seria grave do mesmo jeito. Quando as pessoas matam umas as outras, algo está muito errado. O Mundo caminha para uma miscigenação racial inevitável, e isso é bom, se for manuseado corretamente. Mas a intolerância de vários lados infelizmente nos faz perder as esperanças. Eu ainda não perdi as minhas. E as nossas diferenças vão nos unir no final.


  Oremos não só pela França, Mariana e outros tantos lugares de tragédia. Ainda existe gente muito boa nessa Terra, embora pareça o contrário.

  Um abraço,
  Mantoteca.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

De Volta Para o Futuro - A história das camisas de futebol em 1985 e 2015

   Olá pessoal!
   Provavelmente o leitor já assistiu alguma vez na vida a clássica trilogia de filmes "De Volta Para o Futuro", de Robert Zemeckis. Muitos vão se lembrar do incrível DMC DeLorean que foi a inusitada máquina do tempo e um dos símbolos da série. E também se lembrarão que no segundo filme Marty McFly e o Doutor Brown resolvem parar... em 21 de Outubro de 2015, ou seja, EXATAMENTE HOJE.


 
   21 de Outubro de 2015 (além de ser aniversário de quem vos digita, espero meu bolo e minha cerveja hehe) é o dia em que se passa o segundo filme, aonde nós podemos ver o "futuro" idealizado pelo pessoal de 1989 (ano de lançamento), tempos de fim da Guerra Fria, Bush pai presidente e Fernando Collor de Mello eleito no Brasil. Lembranças à parte, o filme prevê um futuro com pessoas andando com skates voadores (o hoverboard), autoestradas cruzando o céu com carros voadores, tênis que se amarram sozinhos e outros absurdos que não saíram dos testes de laboratório até hoje, mas também acerta ao mostrar um óculos que pode ver informações (Google Glass, é você?), um tablet na mão de um transeunte, as franquias de filmes que não acabam nunca ("Tubarão 19") e a onda retrô anos 80 (quem lembra da cena do barzinho com o Michael Jackson - saudades - de barman virtual?).

   Mas como o blog é de camisas, vamos falar delas. Como as camisas de futebol do futuro eram idealizadas em 1985? Eu não sei, mas sabemos como elas evoluíram. Vamos começar com a camisa do atual Campeão da América, o River Plate:



   A Adidas era extremamente popular no fornecimento de camisas em 85. Para se ter uma ideia, até os times pequenos brasileiros recebiam o fardamento da marca das três listras. Como podemos ver, o River está usando um escudo diferente, com o desenho de um leão gigante saindo do Estádio Monumental de Nuñez. Esse distintivo se tornaria popular um ano depois, sendo usado na camisa em que o time portenho venceu sua primeira Libertadores. Mas não durou muito tempo, saindo do uniforme ainda no fim dos anos 80 e sendo substituído pelo escudo tradicional, que está até hoje na camisa. 

 
   Essa é a camisa do River 2015, que foi lançada ano passado, fazendo parte de uma campanha vitoriosa em que engloba a Sulamericana 2014, a Recopa 2015 e por fim, a Libertadores atual. As 3 listras da Adidas estão numa disposição incomum em relação aos uniformes de 85 (muitas vezes alguns times nem as tinha - o que deixava a camisa mais limpa visualmente), criada na metade dos anos 90 e usada no uniforme do time alvirrubro também em 1996, ano da segunda Libertadores. Outra diferença óbvia é o tecido, no lugar do acrílico (o famoso "pano"), a mistura de algodão com tecido sintético que forma a malha Climacool, com alguns furinhos para circular melhor o ar. Além do logotipo da Adidas Performance, o triângulo formado pelas 3 listras, que apareceu em 1991 e substituiu o logotipo "Trefoil" de vez nas camisas de jogo em 1998. O logo antigo da Adidas agora apenas aparece em sua linha "Originals".

   Se eu falei do campeão da América, nada mais justo falar do campeão europeu. O Barcelona é o atual detentor da Liga dos Campeões da Europa, ironicamente em cima do campeão de 1985, a Juventus. Mas em 85, numa época em que nunca havia encostado o dedo na taça da UCL (só o faria sete anos depois), o Barça também portava uma camisa muito diferente da atual. Tradicional listrada "blaugrana" na vertical, azul e grená, detalhes amarelos apenas no escudo, e uma fornecedora catalã: a Meyba (que também confeccionou uniformes para o Atlético de Madrid). Essa camisa acima foi lançada em 1984 e duraria até 1989, algo surreal hoje em dia quando os times mudam de uniforme obrigatoriamente todo ano.


   E voltamos para o futuro, digo, presente. O torcedor "culé" que veio em seu DeLorean partindo de 1985 pode até se encantar com o imenso poder que seu time ganhou nos últimos 30 anos, mas certamente está horrorizado ao ver as listras verticais do seu Barcelona terem se tornado horizontais pela primeira vez na história do futebol do clube (o basquete já usava). A Nike em 1985 era praticamente inexistente no mundo futebolístico, fornecia pouquíssimos times, como por exemplo o Sunderland da Inglaterra, porém investiu bastante no esporte bretão nos últimos anos, tornando-se uma gigante indiscutível do futebol.
   A marca americana entrou no Barça em 1998 e foi modificando o tradicional uniforme, escurecendo o tom de azul, acrescentando sempre um detalhe amarelo e vermelho que remete à bandeira da Catalunha, além de outros pontos amarelos na camisa, nesse caso as barras laterais, o símbolo da fornecedora e o da Unicef na parte de trás e a fonte de numeração. Enquanto o Barça não amarelava mais em campo, a Nike sempre deixa seus pontinhos amarelos na camisa "blaugrana".
   Outro detalhe que o torcedor catalão deve repudiar é o patrocínio na indumentária. O Barcelona passou anos sem patrocinador na camisa e isso era motivo de orgulho. Em 2006, num ato de solidariedade, o logo da Unicef foi acrescentado à frente do uniforme para demonstrar que o clube apoia financeiramente a instituição. Porém, em 2013 o dinheiro falou mais alto e a Qatar Airways foi o primeiro patrocinador a estampar o seu nome na camisa antes intocável.






  Nos anos 80, as marcas que ditavam a moda nos uniformes eram diferentes. O Chelsea, nem de longe tão poderoso quanto hoje, era fornecido pela francesa Le Coq Sportif (que também patrocinava o Zico na época). A marca também vestia grandes equipes como o Fluminense Campeão Brasileiro de 1984 e Tri Carioca em 85, e, claro, a Argentina de Maradona que ganharia o Bi Mundial em 86. A marca perdeu força, mas tenta recuperar o fôlego voltando à ativa, em times como a Fiorentina.




   Hoje o Chelsea é bilionário, time de bacana, campeão da UCL, uma das principais marcas do catálogo da Adidas, que fez para essa temporada um uniforme que remete aos velhos tempos, com detalhes vermelhos na gola e nas mangas, algo que era banal nos anos 80 em Stamford Bridge.




   Em 1985 o uniforme titular alemão só podia ter duas cores: preto e branco, as cores da bandeira da antiga Prússia. A Adidas da Europa já possuía uma tecnologia melhor que a filial da América do Sul, sendo capaz de produzir camisas estampadas e com tecido sintético naquela época, o que viria apenas a se popularizar no Brasil no começo dos anos 90.





  As cores da atual bandeira alemã só foram aparecer no uniforme em 1986, reduzidos a pequenos detalhes na gola e nas mangas. Em 1988 as três cores da bandeira resolveram tomar conta da camisa, o que originou este clássico do vestuário futebolístico usado no Tri Mundial em 1990. E desde então a camisa da Alemanha sempre tem detalhes em vermelho e dourado, sejam pequenos ou bem visíveis, como no uniforme atual, que marcou a conquista do Tetra ano passado. Destaque para os horrendos calções brancos titulares, impensáveis em 1985 e que vão voltar a ser pretos ano que vem para a Euro.





   Falando de Alemanha, impossível deixar de falar do Brasil. Numa época em que tomar 7x1 de alguém em casa numa semifinal de Copa do Mundo era literalmente roteiro de filme, o Brasil vestia um uniforme muito parecido com o do timaço de 1982, com diferença apenas no logotipo da Topper que saiu da manga e foi para o peito. O escudo da CBF, com a Taça Jules Rimet e o ramo de café, é outro marco daquela época. Foi criado em 1981 e acabou aposentado 10 anos depois. E era fornecido por uma empresa nacional: a Topper, que também cuidava do Corinthians da época. Hoje em dia, a Topper, além do logotipo diferente, está mais presente na Argentina em times como o Racing do que no próprio Brasil, onde fornecia o Grêmio até ano passado.





 
O Brasil quebrou o jejum de 24 anos, foi Tetra em 1994 e Penta em 2002. E agora? Todos nós sabemos que uma grande crise assola o futebol brasileiro. O 7x1 de 2014 marcou definitivamente essa camisa acima, que mesmo depois do vexame não foi aposentada até agora. A Nike, parceira da CBF desde 97, deixou o amarelo da Seleção Brasileira mais claro, ao contrário do amarelo mais forte dos anos 80, além de escurecer o azul dos calções, que na época eram mais celestes. E na camisa de 2014/15 ainda inventou essa gola em "Y" que particularmente acho tão feia quanto o futebol que o escrete brasileiro anda jogando. A mesma Nike que acabou com uma parceria que em 1985 parecia que nunca teria fim.


 
   Desde 1966 (após uma interrupção entre 74 e 84 pela Admiral), a Inglaterra teve seus uniformes feitos pela Umbro. Esse era o modelo usado em 1985 e também na Copa de 86 (vítima do golaço do Maradona). Até 2012 parecia que a parceria duraria mesmo para sempre, quando a Nike, dona da Umbro na época, resolveu assumir o comando do "English Team". A Umbro logo em seguida foi vendida, mas até hoje os ingleses usam a marca dos americanos, e deverão usar por mais alguns anos. Mas mesmo não sendo mais uma camisa da marca dos dois diamantes, a Nike soube dar um tom sóbrio ao uniforme atual do jeito que a Umbro gostava de dar



  Em 1985, o Corinthians possuía apenas duas opções de camisas. Ou era branco ou era o tradicional preto de listras finas. A Kalunga começava a estampar sua marca no uniforme do Timão naquele ano (e ficaria mais nove ali).


  É certeza que o corintiano que chegar lá de 85, de carona com o Marty McFly, vai ficar feliz demais ao ver que seu time ganhou cinco títulos Brasileiros (e o sexto está quase vindo), dois Mundiais de Clubes e uma Libertadores. Mas terá um saudosismo imenso quando olhar para a camisa que seu time do coração está usando neste ano.






   Certamente ele vai ter um acesso de raiva ao ver que seu Timão está usando uma camisa com mangas pretas (ele não viu o Mundial de 2000, por isso não entenderá) e numeração dourada. Mas o que vai deixar o nosso corintiano do passado furioso de verdade será o momento em que ele ver o terceiro uniforme desse ano, moda que começou nos anos 80 na Europa e hoje é mandatória em praticamente todos os lugares.


  LARANJA? Você tenta acalmar o torcedor do passado, falando que é homenagem ao Terrão (mesmo que ele contra-argumente com razão que o uniforme deveria ser marrom). Então ele acaba descobrindo que nesses últimos anos o Corinthians vestiu roxo, roxo com preto e dourado, preto com roxo e dourado, grená, cinza, até mesmo azul. "Daqui a pouco vamos ter um uniforme verde que nem o Palmeiras", diz ele. E quem somos nós para duvidar de sua premonição?

  Esse foi o post mostrando como o futuro veio nos uniformes do nosso futebol. E você, o que acha que virá nos próximos 30 anos? Flamengo com listras verticais, Corinthians de verde, Atlético Mineiro de azul e branco, ou até mesmo o México usando preto (opa, esse já existe)... são muitas indagações, afinal o futuro não nos pertence. Ainda.

Então vamos colocar nossas camisas do jogo da vida e partir para cima desse adversário tão indecifrável, o tempo!