O Blog tá bem parado. A vida nova no exterior também tem ajudado para que meu foco tenha se desviado em coisas mais importantes. Mesmo assim, não pretendo deixar a Mantoteca parada até porque ela só tá aumentando de tamanho, mais camisas guardadas, mais camisas vendidas, mais camisas compradas.
E se lá no começo de Setembro (data do último post) ainda não se conhecia muitas das Seleções que irão ao Brasil em 2014 para a próxima Copa do Mundo, hoje já temos o nome de todos os países que estarão no Mundial do ano que vem.
Nessa semana foram disputados os últimos jogos das repescagens. Destaque para as repescagens europeias, onde tivemos triunfos de seleções como Portugal e Grécia em cima de Suécia e Romênia, consecutivamente.
Mas por ora não tenho a indumentária da Seleção Lusa e nem dos gregos. Por isso, os homenageados serão os outros classificados da repescagem, a França e a Croácia! Admito que, pelo bem da alternatividade futebolística, torci pra Islândia aprontar pra cima dos croatas, mas não deu... enfim, se não teremos tantos times alternativos, 2014 promete um alto nível de torneio, mas isso é outra história.
Começaremos então a falar da França. E o uniforme escolhido é exatamente o que esteve nesta vitória importante contra a Ucrânia que carimbou o passaporte dos franceses para o Brasil. O uniforme titular de 2012/2013, um dos favoritos da minha coleção:
A Adidas forneceu por décadas o uniforme da Seleção Francesa. Aquela camisa de 1998, com uma listra horizontal vermelha no peito e 3 listras brancas finas horizontais abaixo, sempre nos remeterá Zinedine Zidane e o inesquecível 3x0 que os franceses aplicaram na nossa Seleção Brasileira. Mas, em 2010, a americana Nike fez uma proposta de contrato melhor que a dos alemães e acertou um contrato de fornecimento para os "Bleus" (azuis).
Acima, a França usando seu último uniforme da Adidas na Copa de 2010, onde fez uma participação medíocre e caiu ainda na 1a fase. O contrato com a Nike começaria a valer a partir de 2011. E o mundo inteiro estava curioso para saber como seria ver, depois de tanto tempo, uma camisa francesa sem as 3 listras nos ombros.
Então, em Fevereiro de 2011, o mistério acabou. A Nike lançou uma camisa simples, porém muito bela para os franceses, indo na contramão da Adidas, que nos anos anteriores lançou algumas camisas até extravagantes. A estreia foi contra o Brasil, que também estreava um uniforme novo (o da "barra de download" no peito), a França ganhou por 1x0 em Paris da polêmica Seleção de Mano Menezes.
Se a camisa titular foi uma surpresa, a reserva, na minha opinião, foi mais surpreendente ainda. Com um desenho fora do usual para uniformes de futebol, lembrando muito uma camisa casual, o uniforme 2 da França foi revelado. Baseado nas camisas antigas que os marinheiros franceses usavam, essa nova camisa alternativa francesa também foi um sucesso. Essa camisa da França é uma que está bem guardada na Mantoteca, e abaixo podem ver uma foto dela:
Há alguns anos atrás, era comum ver as seleções usando o mesmo uniforme por dois ou três anos. Mas desde o começo da década, muitos times nacionais começaram a trocar de camisa anualmente. A própria Seleção Brasileira é um exemplo, desde 2010 vem usando um uniforme diferente a cada ano que passa. Os dois primeiros uniformes da Nike para a França também só duraram um ano. Com a classificação da França para a Euro 2012, que foi disputada conjuntamente na Polônia e na Ucrânia, a Nike aproveitou e lançou novos uniformes.
O uniforme azul dessa vez já era mais detalhado que o anterior. Com as listras horizontais que remetiam à camisa reserva passada, ele ganhou dois tons de azul e detalhes em dourado no escudo. A gola também sofreu pequenas modificações. Mas o que desagradou mesmo foi o fato de que a camisa só seria usada com calção e meião azuis. A França sempre foi conhecida por usar a camisa azul, com os shorts brancos e as meias vermelhas, formando um kit tricolor com as cores do país. Mas, seguindo uma tendência monocromática que infelizmente vem ficando mais forte, os "Bleus" jogariam todos de azul na Euro.
A nova camisa branca ficou mais simples que a anterior, porém, não deixou a elegância de lado.
E vestindo estes dois uniformes mostrados acima, começava uma caminhada que atravessaria uma Eurocopa e chegaria até a classificação para a Copa de 2014. A camisa branca estreou antes, numa boa vitória sobre a Alemanha no território adversário por 2x1. E a nova camisa azul estrearia no amistoso seguinte, já em casa, contra a Islândia.
Antes da Euro começar, ainda restavam dois amistosos, contra a Sérvia e a Estônia, todos em território francês. Mais duas vitórias, completando uma boa série de 4 triunfos seguidos. Abaixo, vídeo do jogo contra os sérvios.
No dia 11 de Junho, a França estrearia na Euro enfrentando logo de cara um rival histórico: a Inglaterra. Porém, ao contrário da expectativa de muitos, o jogo foi um morno 1x1, embora os franceses tenham criado mais oportunidades
O próximo adversário da França, embora não tivesse a tradição dos ingleses, não poderia ser considerado fácil. Afinal, a Ucrânia estava jogando em casa, e Shevchenko mesmo no fim de carreira ainda representava perigo, tendo inclusive marcado 2 gols no 1o jogo da competição, contra a Suécia. Mesmo contra os donos do pedaço, os franceses não se intimidaram, e ganharam de 2x0, gols de Ménez e Cabaye.
No outro jogo, a Inglaterra ganhou da Suécia por 3x2, empatando com a França no número de pontos (4), e eliminando o time escandinavo da competição. A Ucrânia estava atrás, com 3 pontos. O jogo contra a Suécia prometia ser fácil pela situação que se esboçava. Mas não foi bem assim, Ibrahimovic resolveu desencantar e marcou dois gols, e a França perdeu por 2x0. Por sorte, a classificação já estava garantida. Enquanto isso, a Inglaterra tirava a Ucrânia da competição: 1x0.
A França estava nas quartas-de-final da Euro, perseguindo o Tricampeonato na competição (foi campeã em 1984 e em 2000) e tentando de vez se livrar da fase ruim que veio depois do Vice Mundial de 2006 (e da aposentadoria do ídolo Zidane). A missão não seria fácil, visto que do outro lado do campo estava a atual campeã europeia e campeã mundial: a Espanha.
Numa partida extremamente dominada pelo tiki-taka espanhol, impedindo a França de uma maior posse de bola, os espanhóis vingavam-se da eliminação para os franceses nas oitavas da Copa de 2006 ganhando por 2x0, dois gols de Xabi Alonso, sendo que o segundo gol já foi depois dos 45 minutos do 2o tempo. A França até teve chances de empatar, mas acabou sendo cansada pela tática adversária da posse de bola.
França eliminada da Euro. E o tricampeonato europeu foi para a Espanha, que derrubaria Portugal e Itália para ganhar a Europa pela 3a vez, sendo o 2o título europeu consecutivo, feito inédito na história da Eurocopa. Agora, restava entrar de cabeça nas Eliminatórias para a Copa de 2014, onde um de seus adversários seria nada mais, nada menos, do que a mesma Espanha que os tirou da Euro.
Antes de começar o caminho para o Brasil, a França duelou contra o Uruguai, que acabara de vencer a Copa América, depois de um jejum de 16 anos. O jogo em Le Havre terminou 0x0.
Chegou Setembro, e a França pegou o avião para Helsinque. O primeiro jogo do seu grupo das Eliminatórias foi contra a Finlândia. 1x0 para os franceses, gol de Diaby. Num grupo junto com a Espanha que papava todos os títulos que disputava, só mesmo vencendo o máximo possível para evitar o risco de repescagem.
Em Outubro, o duelo tão esperado: França X Espanha, apenas 4 meses depois do jogo da Euro. Mas antes disso, um amistoso nada agradável: derrota para o Japão em pleno Stade de France.
Depois da ducha de água fria, era hora de preparar-se para enfrentar a Espanha novamente. Jogando em território espanhol, os donos da casa abriram o placar com Sérgio Ramos, aos 25 do 1o tempo. Porém, aos 49 do 2o tempo, Giroud arranca um importante empate para os franceses. A briga para a vaga direta na Copa estava acirrada.
Os jogos das Eliminatórias agora só voltariam a ser disputados em 2013. Enquanto isso, ainda havia tempo para jogar o último amistoso do ano, contra a vice-campeã europeia Itália. Jogando em Parma, o confronto que reeditava a final da Copa de 2006 terminou desta vez à favor da França. 2x1 para os franceses.
Entrava o presente ano de 2013. Um novo amistoso contra a Alemanha seria realizado em Fevereiro. Só que dessa vez a vitória foi alemã, 2x1. Vingança da derrota no amistoso do ano anterior.
Mas o que realmente interessava eram as Eliminatórias, em Março. A França lançava um terceiro uniforme, azul-claro, diferente do azul mais escuro do uniforme tradicional. Outro belo uniforme da Nike. A estreia da nova camisa deu sorte: vitória de 3x1 sobre a Geórgia em casa com gols de Valbuena, Giroud e Ribéry. A França terminava o 1o turno de seu grupo na liderança, graças a um empate da Espanha com a Finlândia.
Três dias depois, começava o returno. E logo contra a Espanha, em casa. Uma vitória praticamente definiria a classificação direta para a Copa de 2014. Uma excelente oportunidade. Porém, mesmo tendo criado boas chances, a França não conseguiu superar mais uma vez o estilo tiki-taka espanhol e perdeu por 1x0, gol de Pedro. A situação começava a ficar difícil.
As Eliminatórias só voltariam em Setembro. Então era hora de amistosos para deixar o time mais preparado. E a França viajou até a América do Sul. Enfrentou o Uruguai, que estava numa situação complicada nas Eliminatórias Sul-Americanas. Vitória da Celeste Olímpica por 1x0 em Montevidéu
As duas derrotas traziam questionamentos sobre a qualidade da Seleção Francesa. Mesmo com bons jogadores como Franck Ribéry, que estava em ótima fase no seu clube, o Bayern de Munique, além de nomes como Valbuena, Benzema, Giroud e tantos outros, o medo de um vexame maior que o da eliminação na fase de grupos da Copa de 2010 começava a pairar em cima da cabeça dos franceses. Aliás, a França só entrou na Copa da África do Sul por causa de um erro de arbitragem que validou um gol irregular onde a bola tocou na mão de Thierry Henry, hoje em fim de carreira nos Estados Unidos. Não seria surpresa se esse time francês ficasse de fora de sua primeira Copa depois de 20 anos.
O próximo adversário dava uma leve ponta de esperança para os franceses. Afinal, o Brasil não vencia a França desde 1992. E desde então vieram empates e vitórias históricas francesas, como a final de 1998 e as quartas de 2006. E a Seleção Brasileira estava desacreditada, mesmo na véspera da Copa das Confederações. Mas como futebol se decide em campo, naquele dia em Porto Alegre, vitória brasileira por 3x0 (e ainda cabia mais gols). O Brasil ainda ganharia a Copa das Confederações, resgatando a confiança de seu torcedor. Enquanto a França só atraía mais desconfiança, e com razão.
Em Agosto, a França enfrentava uma das grandes sensações europeias do momento, a Bélgica. Conseguiu segurar um empate em 0x0 jogando em Bruxelas. Mas o que importava viria no mês seguinte, um jogo teoricamente fácil, contra a Geórgia fora. Para se manter viva na luta por uma vaga direta na Copa, era necessário vencer esse jogo. E, para a tristeza dos franceses, um empate broxante por 0x0 foi o placar final naquele dia em Tblisi.
A Espanha ganhou da Finlândia e com isso isolava-se na liderança do grupo, praticamente tirando todas as chances da França conseguir a vaga direta. A vitória contra Belarus, por 4x2, em Minsk, foi essencial para que os franceses garantissem pelo menos a vaga na repescagem.
Antes do último jogo da fase de grupos das Eliminatórias, a França jogou um amistoso contra a Austrália, que já estava confirmada na Copa através das Eliminatórias Asiáticas. Um passeio: 6x0.
Enfim, chegava o último jogo. A Espanha já estava classificada para a Copa, mas mesmo assim ganhou o seu compromisso contra a Geórgia. Já com a cabeça na repescagem, a França venceu facilmente a Finlândia, que já não brigava por mais nada. 3x0
Dependendo do sorteio das partidas da repescagem, a França poderia ter trabalho, já que poderia enfrentar times como Portugal. A Ucrânia foi recebida com um pouco de alívio, afinal o time ucraniano já não era tão forte como em 2012. Mas no primeiro jogo a Seleção Francesa voltou a assustar seu torcedor, e a Ucrânia ganhou de 2x0 em Kiev com facilidade espantosa. Seria a vingança pela Euro 2012?
Visto a facilidade com que a Ucrânia venceu a França, muitos já começaram a descartar a vinda dos "Bleus" para o Brasil. Reverter 2x0 não seria fácil, e mesmo jogando em casa esse time da França não era confiável. Talvez por uma questão de peso de camisa, talvez por vergonha na cara dos jogadores, a França foi muito superior à Ucrânia no jogo de volta, em Paris. Conseguiu reverter o resultado, fazendo 3x0. E se levasse um gol, estaria fora, já que há o critério do gol marcado fora de casa. Muitos fatores construiram essa vitória importante: a atitude dos jogadores franceses, que pressionaram o jogo todo; a apatia do time ucraniano, que visivelmente entrou de salto alto; e, como em 2010, a arbitragem, que validou o 2o gol francês que foi em posição de impedimento e expulsou (justamente) um jogador da Ucrânia. A França, enfim, estava na Copa de novo!
Esse jogo foi a última vez que a França usou o uniforme azul lançado no princípio de 2012. No mesmo dia da partida, já foi revelado qual vai ser a nova camisa que os franceses utilizarão em solo brasileiro, pelo visto, mais um ótimo trabalho da Nike (provavelmente mais um uniforme da França para a Mantoteca).
E por ora é só. O post homenageando a Croácia virá na parte 2 e contará um pouco mais sobre campanha croata na Euro 2008 e a tentativa frustrada de se classificar para a Copa de 2010.
Até lá!
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