sexta-feira, 7 de outubro de 2016

[ANÁLISE MANTOTECA] Camisa do Remo 2015 - Umbro

   Pensaram que o blog morreu? Tudo bem, até eu poderia pensar o mesmo, já que há tempos não postava por aqui. Estou devendo tantas postagens que deveria tirar um mês de folga para botá-las em ordem, mas infelizmente tempo é dinheiro, e estou sem os dois. Hoje falarei de uma marca que gosto muito, a minha favorita dentre as fornecedoras de material esportivo. Ultimamente ela anda bem forte no Brasil, depois de ter sumido por algum tempo daqui (especialmente quando estava sob o controle da Nike). Com vocês, o "diamante duplo" da Umbro.


  Hoje a marca pertence aos americanos do Iconix Group (mesma proprietária de outras marcas famosas como a Echo e a Ocean Pacific). Hoje fornece clubes brasileiros como Cruzeiro, Vasco, Grêmio, Atlético-PR, Chapecoense e outros. E até um mês atrás fornecia também o Clube do Remo, um dos titãs do futebol paraense, que disputou a Série C neste ano. Agora o "Leão Azul" está sendo fornecido pela Topper, encerrando uma parceria que durou quatro anos. Mas, para deleite dos torcedores azulinos e dos colecionadores de belas camisas, resultou em indumentárias marcantes como a de baixo:


   A camisa vista acima foi lançada no segundo semestre de 2015, ano em que o Remo completou 110 anos de existência, e possui inúmeros detalhes que chamam a atenção. Como se trata do terceiro uniforme, não usa o tradicional azul-marinho como cor principal, porém faz uso do vermelho predominante na bandeira do estado do Pará, homenageando o estado natal. Outra homenagem prestada pelo uniforme é ao título paraense conquistado onze anos antes, em 2004, de forma invicta e com 100% de aproveitamento.


   A campanha do Remo em 2004 foi a seguinte:
       PRIMEIRO TURNO
     1x0 Paysandu
     3x0 Carajás
     2x1 Castanhal
     2x1 Tuna Luso
     4x1 Águia de Marabá
     2x1 Bragantino-PA
     1x0 Ananindeua
       SEGUNDO TURNO
     5x0 Bragantino-PA
     5x2 Castanhal
     2x0 Ananindeua
     2x1 Carajás
     4x1 Tuna Luso
     2x1 Águia de Marabá
     2x0 Paysandu

  O Leão foi campeão dos dois turnos, evitando a realização de uma final para decidir o campeão. E ainda teve requintes de crueldade ao ganhar o clássico "Re-Pa" na última rodada, mesmo já com o título garantido (o Paysandu ficaria um ponto atrás do Remo se ganhasse o jogo). O objetivo do Papão era impedir o arquirrival de sair 100% na competição, mas não foi o que aconteceu. Os azulinos saíram campeões paraenses de forma histórica, em cima dos rivais.


  A camisa possui um grafismo interessante, com todos os resultados da campanha vitoriosa, dispostos numa espécie de "mandala" em cujo núcleo está escrito "Campeão Invicto 100%", acompanhado do mascote do clube. Esses grafismos se repetem por toda a camisa, acompanhados também de outra "mandala" com a sigla do time "CR" em seu círculo. Interessante também é reparar que esses círculos lembram o desenho de um timão de barco, remetendo às origens náuticas do clube.




   Isso é uma das coisas que mais gosto na Umbro: a personalização das camisas que produz. Geralmente, outras marcas como Nike, Adidas e Puma (essa última nem tanto) padronizam demais o desenho de suas camisas, e apenas os contratos mais caros ganham uniformes um pouco mais caracterizados. Cito como exemplo o último uniforme III que a Nike lançou para o Corinthians, em diferentes tons de azul. A marca americana lançou camisas similares para outras equipes como Barcelona, Roma, Inter de Milão e Galatasaray. Qual é a explicação? Segundo a própria Nike, no caso do time paulista, é que "Corinthians não se explica". Era mais fácil dizer que querem ganhar mais dinheiro com a imagem de seus clubes, soaria honesto ao menos.

                                 

    Foram utilizados grafismos similares nas camisas III de outros times da marca como Náutico (hoje também fornecido pela Topper) e Joinville. Mas sempre com desenhos e significados diferentes. Hoje em dia é difícil imaginar times de fora do G12 receberem um tratamento tão personalizado de marcas como Nike e Adidas. É uma camisa que faz não só o torcedor do time ir atrás, o colecionador de camisas também fica encantado com essa riqueza de detalhes. O Campeonato Paraense de 2004 provavelmente era assunto somente dentro do Pará. Essa camisa faz que os fanáticos por futebol Brasil afora também conheçam a história dessa conquista.

                                        

 
   Os meus focos principais de coleção são as camisas do Flamengo, Bayern, Alemanha e dos lugares que visito. Mas nunca enfiei os pés em Belém (embora tenha muita vontade). Além de ter uma camisa do Paysandu, essa camisa do Remo veio agora para a Mantoteca, ajudado também pelo fato dessa peça estar em promoção na FutFanatics. Se quer adquirir uma obra de arte futebolística na coleção, independente de não ser o seu foco, fica a dica. E aguardem mais análises e posts na Mantoteca!






sábado, 16 de julho de 2016

[GUIA DE COMPRAS MANTOTECA] Munique

   A primeira vez que fiz o tradicional guia de compras desse site foi há quase 3 anos atrás, quando estive no Marrocos (confira aqui). Desde então, fiz outros guias pelos lugares onde passei, como Itália, Argentina, Paraguai, México e Chile. Mas nunca havia feito um guia pelo lugar onde morei durante sete meses: a Alemanha. Pois bem, a hora chegou, embora o guia seja mais focado na cidade de Munique, onde vivi e estive novamente no início do mês. E antes que me perguntem, ainda está na pauta fazer um Guia de Compras brasileiro, especialmente falando do Rio e de São Paulo.






  A Münzinger é a melhor loja de esportes da cidade de Munique, sem sombra de dúvidas. E fica no lugar mais fácil de achar possível: no prédio da prefeitura nova (Neues Rathaus), em plena Marienplatz, coração da cidade. A decoração não disfarça a alusão à Euro 2016, mesmo com essa visita ocorrendo dois dias depois da eliminação alemã do torneio pelas mãos dos próprios franceses.


   Sim, eles tinham a maioria das camisas do torneio. Obviamente, a da Islândia, sensação da Euro, já se encontrava esgotada (até na própria Islândia a camisa está fora de estoque). Mas mesmo assim foi bem possível encontrar peças interessantes como a camisa da Albânia, feita pela Macron. Muitas camisas estavam em promoção, como as das seleções como Suíça, Espanha e Inglaterra: por 49,90 Euros (ok, numa época em que o Euro está valendo quase 4 reais, é mais jogo comprar aqui no Brasil que ainda assim sai mais barato).


   Com a final definida entre França e Portugal, a camisa das duas seleções estava em destaque. Mas um detalhe me chamou a atenção: apenas a versão de torcedor estava à venda. Sabe a versão Nike Vapor Aeroswift, mais detalhadas e feitas para os jogadores, que até cheguei a comentar nesse tópico? Pois é. Nenhum sinal delas. As camisas dos finalistas, claro, estavam no preço de 85 Euros, mesmo na versão "supporter". Da Alemanha havia descontos em alguns itens que nem chegaram a ser importados pela Adidas do Brasil, como essa regata bonita com o desenho da camisa de 1988.




 
    Aliás, sobre a Alemanha, a loja está carregada de referências aos títulos mundiais da Seleção local, como as 4 placas logo na entrada com o resultado das quatro finais vencidas pelos alemães na Copa do Mundo. Alguns itens como o ingresso da final da Copa de 2014 e uma camisa autografada por todos os jogadores daquele título também estão expostos, além de referências à outras vitórias, como o Tri de 1990.






      A seção de clubes chega a ser mais impressionante ainda. Obviamente, os destaques maiores vão para os dois times da cidade: o Bayern e o TSV 1860 (esse último estava com esse uniforme edição limitada em promoção de 40 euros - tentador). Mas com o fim da temporada, muitas camisas da Bundesliga estavam em promoção, entre 40 e 50 euros. Só lamento não ter achado o segundo uniforme do St. Pauli da última temporada, uma camisa sensacional e simbólica, na minha opinião.




   A variedade de uniformes de outros clubes internacionais é mais assustador ainda. A camisa do centenário do Toluca, que nem no México havia sido lançada ainda, já estava a venda ali. Além de outras camisas interessantes, como a do centenário do Legia Varsóvia polonês e os lançamentos da temporada 2016/17. Na arara de promoção, o único time brasileiro que estava presente na loja: o Flamengo, com a camisa 2015, por 30 Euros. Quando fui pela primeira vez na loja, há 3 anos atrás, cheguei a ver camisas do Corinthians e do Santos, ambas da Nike.






   Ali mesmo haviam outras lojas interessantes, especialmente na Neuhauser Strasse, a rua principal do comércio do centro de Munique. A Sportscheck tinha também várias camisas das seleções da Euro e também da Bundesliga, pelo mesmo preço. A Fanshop do Bayern de Munique (que está em vários lugares pela cidade) estava com as camisas da última temporada em promoção de 50 Euros (convenhamos que no site da Adidas Brasil você encontra as mesmas camisas por um valor + barato e a vantagem do parcelamento, que não existe na Alemanha). Preferi só levar o livrinho que celebrava a campanha do tetra alemão do Bayern, 13 Euros. Além dessas lojas há a Karstadt Sports, que não deu tempo de entrar pois meu trem estava atrasado. Mais ao norte da Marienplatz, e perto da cervejaria Hofbräuhaus há uma fanshop do TSV 1860, que já pude visitar em outros tempos. As promoções de camisas do rival do Bayern costumam ser mais atrativas. Outra sugestão minha sobre Munique: se puder, não perca o mercado de pulgas que ocorre todo sábado no Olympiapark, do lado do Estádio Olímpico de Munique. SEMPRE tem camisas valiosas e custando pouco por ali! 






   EXTRA: sei que Kaiserslautern, cidade no oeste da Alemanha, não possui muitos atrativos turísticos, sendo o maior deles o próprio time de futebol da cidade (que ganhou duas Bundesligas nos anos 90: 1991 e 1997, o segundo título conquistado logo depois de sair da Série B alemã). O estádio Fritz Walter foi uma das sedes da Copa de 2006 e é recinto de uma das torcidas mais apaixonadas da Alemanha, mesmo que sua equipe ainda esteja amargando alguns anos na segundona. Mas como eu acabei parando lá, fiz um guia extra para quem tem interesse.

  
   Logo na parte de trás da estação de trem principal, antes de subir o Betzenberg, famoso morro onde está o estádio dos "Diabos Vermelhos", há um outlet do time. Mas estava fechado. Para nossa sorte, no centro da cidade há um shopping chamado "K in Lautern" e lá no subsolo há um fanshop do clube. E que maravilha: as camisas da temporada passada estavam todas por 30 Euros, preço já aceitável. Levei a titular vermelha, feita pela Uhlsport, famosa nos anos 90 por confeccionar camisas de goleiro aqui no Brasil.




EXTRA 2: infelizmente não tive mais tempo para explorar promoções (só 3 dias na Alemanha dessa vez). Mas recomendo a todos uma visita à cidade de Metzingen, a poucos quilômetros de Stuttgart. É a cidade-sede da Hugo Boss, mas o seu principal atrativo são os grandes outlets das marcas esportivas. A cidade é praticamente um shopping de ponta de estoque e existem ônibus que saem de Munique até lá tambem. Estive por ali em 2013 e digo que vale muito a pena, acredito que não tenha mudado muito. Nem mesmo Herzogenaurach (cidade-sede da Adidas e Puma) possui outlets tão bons como Metzingen, na minha opinião. Quando estiverem na Alemanha para procurar camisas, reservem um dia para Metzingen!

Esse foi mais um Guia de Compras Mantoteca! Sempre ajudando na causa do colecionismo.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

ANÁLISE MANTOTECA - Camisa do Bayern de Munique 2016/17

   Como alguns frequentadores do blog já sabem, os focos principais do acervo da Mantoteca são Alemanha, Bayern e Flamengo. A primeira Análise Mantoteca foi realizada semana passada com a nova camisa do rubro-negro da Gávea, confira aqui. Agora, mais uma camisa da Adidas chegou à coleção: o novo uniforme do Bayern de Munique para a temporada 2016/17.

    
 A Adidas Brasil está de parabéns: disponibilizou o uniforme para venda logo na semana de lançamento mundial. Até ano passado, os uniformes demoravam, em média, um mês para serem vendidos no Brasil pela fornecedora. Logo ao abrir o pacote, a surpresa: uma etiqueta em cima do logo da marca alemã informava que o uniforme era feito de poliéster reciclado. E realmente o tecido da camisa é mais leve e um pouco mais áspero que outras camisas da marca, incluindo as atuais da Alemanha e do Flamengo. Também é similar aos uniformes da Nike que eram feitos com poliéster reciclado de garrafas PET.



   O que também chama muito a atenção é a similaridade com outra camisa utilizada pelo time bávaro há 11 anos atrás. Em 2005, primeira temporada onde o time jogaria na Allianz Arena, a Adidas confeccionou um uniforme estilo retrô para aquela temporada, depois de camisas com desenhos ousados como a anterior de 2003, estilo Arsenal. A camisa de 2005 era tão clássica que até a góla polo usada naquela época é parecida com a que está sendo usada na camisa nova. Outro detalhe é a ausência das 3 listras nas mangas, sendo que elas não estão em lugar nenhum (na UCL foi usada uma versão com as listras). Na camisa nova, como na maioria das indumentárias da marca para 2016, as listras estão discretamente assentadas nas laterais. Abaixo, o uniforme de 2005:





     
    Na camisa atual, há listras horizontais finas em outro tom mais forte de vermelho dando um aspecto mais formal. E como na maior parte da linha da Adidas para 2016, o comprimento das mangas diminuiu, depois de anos de reclamações de alguns colecionadores a respeito (as camisas que levam listras nos ombros continuam com as mangas mais compridas). Outro detalhe que não se vê na camisa, mas no uniforme completo, é o regresso aos calções brancos depois de anos usando vermelho. Coincidentemente, o último kit que tinha os shorts brancos é o citado acima, de 2005.




  
   Ao contrário do uniforme do Flamengo, não há um tecido extra isolando as 3 listras do resto da camisa, como também ocorre nos dois modelos atuais da Alemanha. E como virou hábito desde a indumentária de 2011, o lema "Mia san Mia" ("somos o que somos", frase em dialeto bávaro traduzida para o português) continua estampado na parte traseira da gola. A fonte de numeração continuará a mesma usada desde 2006 (já estava na hora de renovar) e nos jogos da Bundesliga o clube utilizará um patch na manga direita homenageando as 25 conquistas do torneio alemão (desconsiderando o título alemão de 1932, anterior à 1963, quando houve a mudança para os pontos corridos e a fundação da Bundesliga).





   Gostei bastante do novo uniforme do Bayern, que substitui a bela camisa que o time usou no último ano. Ela estreou na última rodada da Bundesliga 2015/16 contra o Hannover 96, num jogo vencido pelo mandante bávaro por 3x1 e marcado pela entrega da Salva de Prata ao time que havia se consagrado campeão uma rodada antes. Será usado na final da Copa da Alemanha contra o Borussia Dortmund, no próximo sábado, e será o primeiro uniforme do time comandado por Carlo Ancelotti, depois de 3 anos treinado pelo catalão Pep Guardiola, além de reforços como o zagueiro Mats Hummels que retornou ao clube depois de anos defendendo o supracitado Dortmund e da promessa portuguesa Renato Sanches. Veremos se essa será uma camisa do Bayern que entrará para a história, beleza para isso ela já tem.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

ANÁLISE MANTOTECA - Camisa do Flamengo 2016

   Olá a todos!

   Como ultimamente não venho falando muito sobre as camisas da minha coleção (motivo de ter iniciado o site), decidi inaugurar uma nova seção: a Análise Mantoteca. Aqui, farei a análise dos uniformes que compro, até mesmo para prestar um serviço aos amigos colecionadores. Começarei com a nova camisa titular do Flamengo, lançada nesta semana.

  
   O Flamengo é um dos meus três focos principais de coleção (junto com Alemanha e Bayern), por isso quase sempre tento adquirir suas camisas no lançamento, salvo algumas poucas exceções. Dessa vez não teve jeito: a Adidas usou o clássico desenho de listras largas lançado por ela mesma em 1980 e eternizado pela fase mais importante da história do time, no início daquela década. A Nike também recorreu a esse desenho em 2007, sendo considerado um dos uniformes mais bonitos que a marca americana fez para o rubro-negro. A Olympikus também fez sua versão da camisa em 2012, mas não teve o mesmo sucesso que a versão de 5 anos atrás.






   Um fator criticado intensamente na nova camisa do Flamengo são as laterais pretas contendo as 3 listras icônicas da Adidas, o que interrompe a continuidade das listras horizontais. A Nike cometeu o mesmo erro em 2007, só que usando laterais vermelhas (mais discretas). A Olympikus já acertou nesse aspecto, embora as listras das mangas não fechassem em contraste. Mas se as listras nos ombros impediriam que a manga fosse listrada, talvez a ausência dessas grandes laterais pretas, deixando só as 3 listras, já amenizaria um pouco o desenho. A camisa reserva atual da Alemanha também é listrada, mas reparem que as listras horizontais só param nas 3 listras da marca, vide foto abaixo:


   A versão que peguei é a Climacool. As versões Adizero (de jogador) dos uniformes Adidas 2016/17 estão vindo com um tecido especial transpirável nas costas, com faixas verticais (vide essa imagem). Elas devem contrastar com as listras horizontais rubro-negras, mas infelizmente não consegui imagens dessa versão do novo uniforme flamenguista. E as mangas, que na versão Climacool possuem um tecido transpirável na parte inferior, são fechadas na Adizero. Será que as listras das mangas na camisa de jogador não serão interrompidas? Abaixo, detalhes do tecido que interrompe as listras na manga e as costas da camisa Climacool, com um tecido mais convencional.





   O "CRF" é bordado de forma sutil, letra por letra, ao contrário da Nike que bordava um patch na forma das letras (na versão de jogador o escudo era adesivado) e da Olympikus, que fazia o mesmo. Na gola, um detalhe em rubro-negro presente na linha atual da Adidas: detalhes similares estão nas camisas atuais de clubes e seleções fornecidas pela marca alemã. Senti falta de alguma frase inserida nessa parte da camisa, do mesmo jeito que em 2015 colocaram uma frase dizendo "Manto Sagrado" na mesma região. São detalhes que o torcedor gosta. Abaixo, fotos do escudo e do detalhe na gola.







   O selo de autenticidade continua preso na gola próximo à manga esquerda. Com as réplicas do AliExpress, é sempre necessário conferir o selo (embora no caso tivesse certeza que a camisa era original - afinal, foi comprada na loja da própria Adidas). No selo existe um código e a data de fabricação do produto (no caso, Fevereiro de 2016 - dessa vez conseguiram segurar a foto do modelo até pouco antes do lançamento), e é isso que confere autenticidade ao uniforme. As réplicas asiáticas também copiam a etiqueta ultimamente, mas geralmente ela vem borrada ou com erros.





   O preço é salgado: 250 reais, que a Adidas já está praticando nas camisas das suas seleções desde Dezembro do ano passado. Mas as marcas concorrentes como Nike e Umbro também estão pedindo preços similares. O colecionador de camisas ultimamente não vem tendo vida fácil com o constante aumento dos preços e alguns até se desvirtuam dando preferência às réplicas que estão cada vez mais fiéis, ou senão aguardando as promoções quando o uniforme sai de linha.

    Lembrando que essa camisa até agora está sendo vendida sem nenhum patrocínio, já que foi fabricada antes de o Flamengo acertar sua renovação com a Caixa. Mas as próximas remessas já deverão vir com o patrocínio na frente e talvez atrás, pois o clube está quase fechando outro patrocinador para as costas. Para quem gosta de camisas sem patrocínio, como eu, vale a pena passar o cartão. Nunca se sabe.

   Essa foi a primeira Análise Mantoteca. Em breve farei mais análises das aquisições que entram na coleção! Aguardem!


sexta-feira, 29 de abril de 2016

Camisa 3 - Tradição ou inovação?

   Nesta semana estive em São Paulo e aproveitei para conhecer a Mooca, lar do tradicional Juventus paulista. Como sempre quis ter uma camisa do time juventino, fui até a Camiseteria di Mooca, loja oficial de uniformes do clube para comprar a tradicional camisa grená, mas acabei mesmo levando outra: a camisa 3 azul. Sim, azul!

  
   O Juventus sempre foi um time que prezou muito pela manutenção de suas tradições e um de seus lemas é "Morte eterna ao futebol moderno". Mas em Julho do ano passado, para homenagear o aniversário de 459 anos da Mooca (cuja bandeira é azul), lançou este polêmico terceiro uniforme, que de certa forma também homenageia a camisa da seleção da Itália, pátria dos imigrantes fundadores do clube. Mesmo assim, o rompimento das tradições causou um escândalo entre os torcedores juventinos, que vetaram o uso da camisa em partidas oficiais. De qualquer forma, a camisa acabou sendo um relativo sucesso de vendas e sempre está presente nas arquibancadas da Rua Javari.


   Não é a primeira vez que uma camisa três é vetada pelo rompimento das tradições do clube. Em 1997, a Umbro chegou a colocar um inovador terceiro uniforme do Flamengo nas lojas, mas sem a aprovação do Conselho Deliberativo. A diretoria do time da Gávea proibiu que o uniforme fosse utilizado em jogos oficiais e mandou retirá-lo do comércio. O azul e amarelo homenageavam as primeiras cores do clube, em 1895, ainda no remo. E em 2010 uma outra tentativa de lançar um uniforme com tais cores obteve mais sucesso, embora a camisa fosse estigmatizada como "Tabajara", por causa de sua semelhança com o uniforme do time fictício dos humoristas do "Casseta & Planeta".





  
   Na Europa, o uso do uniforme 3 era constante pela década de 80, mas foi somente na década de 90 que os experimentos com cores e designs fora do comum se iniciaram. A camisa do Manchester United acima, do acervo da Mantoteca, é um exemplo. Lançada em 1994, ela prestava homenagem aos ídolos do time até então, com o nome de cada um impresso nas listras horizontais. Também fazia referência à final de 1968 da Copa Europeia (atual Liga dos Campeões), quando o United bateu o Benfica usando uma camisa toda azul. Foi nessa época que os terceiros uniformes também começaram a se popularizar no Brasil. E também a polêmica de tradição versus inovação.




  Alguns times não se arriscam muito na hora de lançar seus uniformes 3. O Fluminense lançou uma camisa três em 2001 toda laranja, mas a mesma foi vetada de ser utilizada em jogos oficiais por não ter uma das três cores tradicionais do clube. Mesmo assim, foi um sucesso de vendas. A camisa três acima, lançada 10 anos depois, teve certa resistência por causa do uso do dourado, mas também foi um êxito imenso nas vendas e foi muito utilizada em campo, inclusive na campanha vitoriosa do Brasileiro de 2012, o que fez a camisa entrar para a história do clube. De certa forma, o sucesso da camisa três anterior deve ter encorajado os dirigentes tricolores no ano seguinte de finalmente lançar uma nova camisa laranja e botá-la em jogos oficiais. A inovação estava se entendendo com a tradição.



 
   Mas as vezes a tradição não é a melhor escolha. Em 2005, ano do centenário do clube, o Boca Juniors resolveu relançar um de seus primeiros uniformes como camisa 3. Só que o problema era esse: a camisa em questão possuía uma faixa diagonal que remetia ao arquirrival River Plate. Chegou a entrar em campo em amistosos, mas foi um fracasso gigantesco em vendas. Camisas xeneizes mais exóticas, como o uniforme 3 roxo de 2013 ou o fluorescente do mesmo ano foram muito mais bem recebidos que a infame camisa acima.

   Tradição e inovação. Uniformes novos sempre vão atrair a atenção de seus torcedores, para o bem ou para o mal. Por isso as camisas três estão onipresentes no futebol moderno. Sua influência é tão forte que hoje em dia é comum ver um time lançar até quatro ou cinco modelos diferentes na mesma temporada. O Palmeiras em 2014 lançou quatro uniformes diferentes para celebrar o seu centenário. O dinheiro que uma camisa nova bem-sucedida rende também é uma tentação para as fornecedoras, que sempre buscarão inovar, mas será que vale a pena abrir mão da tradição para ter mais dinheiro na mão?